Ex.mo Senhor Vice-Reitor, para Administração e Gestão
Senhores Decanos, Vice-Decanos e Directores de
Unidades Orgânicas da UAN
Caros Directores da Reitoria da Universidade Agostinho
Neto
Estimados quadros de apoio administrativa técnico da
Reitoria e de todas Unidades Orgânicas.
Prezados líderes da associação estudantes das UO da
UAN
Queridos caloiros
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
É com o maior entusiasmo que estamos aqui hoje, juntos,
para realizar este acto simbólico, em gesto de
encorajamento às nossas UO no cumprimento de acções
referentes ao ano lectivo 2021/22, cujo acto solene de
abertura a nível nacional teve lugar há cerca de 15 dias.
Estamos convictos que todas as nossas UO estão em
actividade plena, com a observância de todos cuidados
recomendáveis em momento de pandemia a que devemos
adaptar-nos para manter o funcionamento normal dos
cursos.
O ano lectivo transacto foi desafiante face as incertezas
geradas pela situação de pandemia; e mesmo assim não
desistimos, tendo encerrado o ano lectivo com sucesso.
Portanto todos fomos partícipes das conquistas da nossa
Universidade, por isso agradeço a todos os docentes e
investigadores, bem como o pessoal administrativo e técnico
e os estudantes por sua determinação e a capacidade de
resiliência demonstradas.
Devemos iniciar este ano lectivo com a consciência de que
ainda persistem os problemas habituais, que vão desde o
número insuficiente de recursos humanos a todos os níveis
e a falta de infraestruturas de apoio a docência e
investigação. A única diferença é que este ano estamos mais
bem-adaptados à situação da pandemia, mas não devemos
descurar as medidas de protecção individual e colectiva
recomendadas, incluindo a vacinação contra esta virose
assustadora.
Assim, encorajo cada membro da nossa comunidade a fazer
o seu melhor e a promover a solidariedade, lembrando a
todo o momento em fazer bem e servir bem com ética.
Ao longo da jornada poderemos deparar-nos com os
momentos menos bons, uns tantos não dependem de nós,
e outros podem ser evitados. Para isso, a organização e
disciplina é importante. Devemos propor soluções realistas
e redesenhar o futuro de excelência da nossa Universidade.
Não esperemos por milagres, pois a imagem da
Universidade e a sua projecção é o somatório dos actos
praticados por cada membro da nossa comunidade
académica no seu dia-a-dia.
Poderemos alcançar grandes resultados com pequenas
mudanças na nossa maneira de fazer as coisas, a começar,
por exemplo, por um melhor acompanhamento dos
estudantes por parte dos docentes. Também, os estudantes
devem mudar a sua postura e serem os principais
interessados em aprender o que ensina, fazendo o feedback
necessário para o ajuste e harmonização do processo
ensino-aprendizagem, num convívio salutar entre docentes
e estudantes. Contudo os estudantes não devem esperar
por facilitismos para passarem de classe, para isso devem
estudar arduamente para o merecer. Os estudantes com
dificuldades de aprendizagem devem procurar a superação,
expondo as suas dificuldades aos docentes e não pensarem
que resolverão os seus problemas recorrendo a
manifestações na imprensa.
Sabemos que algumas dificuldades podem ser criadas por
alguns docentes. Os problemas relacionados com o
processo ensino-aprendizagem devem ser apresentados às
diferentes estruturas pedagógicas em que os estudantes
estão representados, que vão desde as coordenações das
disciplinas às subcomissões pedagógicas de ano, antes
mesmo de serem encaminhados aos conselhos
pedagógicos.
Aqui, deixo o nosso apelo para que todas UO ponham em
funcionamento pleno estes órgãos e tenham uma dinâmica
diferente no acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem, propondo os ajustes necessários sem
improvisos.
Dignos membros da nossa comunidade académica
Minhas senhoras e Meus senhores
Hoje vivemos em uma economia global do conhecimento e
em sociedades baseadas no processamento da informação,
que é uma função primária das universidades. A nossa
universidade é desafiada a cooperar estreitamente com a
indústria para ajudar a trazer soluções inovadoras para os
problemas locais. Neste sentido, precisamos explorar mais
os acordos que assinamos com diversas instituições
nacionais e estrangeiras, para conferir competências
práticas aos formados e criar valor econômico. Não
devemos continuar apenas a oferecer cursos em que os
estudantes nunca tenham aulas práticas reais e nem
oportunidades de estágios. Mais grave, não é digno desta
universidade que seja o estudante a desenrascar por uma
oportunidade de estágio, pois essa é uma obrigação que
cabe a nós como instituição.
Os trabalhos académicos realizados pelos nossos
estudantes, sobretudo as de teses e as dissertações de
mestrado não devem ser um mero trampolim para o alcance
de graus académicos. Portanto, as comissões cientificas de
acompanhar de perto esse processo; as coordenações dos
cursos devem atribuir a orientação dos estudantes aos
docentes que detém competências para o efeito, para que
os trabalhos a realizar sejam relevantes. É necessário
quebrarmos o modelo de “reprodução ou transmissão de
conhecimento conveniente” e passarmos para aprender a
aprender, o que significa que das nossas práticas diárias
emana um aprendizado que visa a melhoria das nossas
práticas pedagógicas.
Contudo preocupa-nos o facto de ainda existirem docentes
que não avaliam atempadamente os trabalhos de fim de
cursos dos estudantes, levando a que estes permaneçam
muito tempo na universidade, mais do que estipulado, ante
a falta de tomada de medidas por parte dos coordenadores
de cursos, bem como dos Vice-Decanos ou mesmo Decanos
das UO. E o mesmo é válido para os docentes não publicam
os resultados das avaliações nos prazos estabelecidos.
Tudo isso concorre para o incumprimento da missão da
nossa Universidade e, portanto, para o estado actual das
coisas.
Devemos ter presente que os docentes constituem um
modelo para uma sociedade justa. Portanto a nossa acção,
enquanto produtores da ciência deve gerar saberes que
levam à formação de homens; deste modo a universidade
reproduz-se a si mesma e garante o futuro de gerações
subsequentes. Por isso devemos dar bons exemplos, ser
bons e honestos na nossa actividade docente. Não devemos
continuar a conviver com situações de docentes que dizem
não atribuir classificações acima de certos valores por mero
capricho. Um docente que está convencido da missão e da
tarefa que de ensinar bem, não tem medo de que seus
estudantes sejam exímios, pois é deste modo que se
alcança o progresso da ciência bem como o
desenvolvimento da sociedade.
O brilhantismo dum
estudante deve constituir o orgulho do docente.
Hoje enfrentamos a pandemia fatal que leva a maioria das
universidades africanas ao desalinhamento entre a sua
missão e um contributo impactante do conhecimento e das
investigações sobre o desenvolvimento do país, tudo isso
somado a falta de infraestrutura de investigação, a falta de
financiamento e a falta de pessoal qualificado, etc. Neste
sentido, aproveitamos esta ocasião para incentivar os
nossos investigadores a ficarem atentos e tirarem melhor
proveito das oportunidades de financiamento de
investigação científica que surgirem, submetendo os seus
projectos de investigação a escrutínio.
Dignos membros da nossa comunidade académica
Minhas senhoras e Meus senhores,
Não posso terminar sem fazer as seguintes notas de
incentivo à acção:
Hoje sabe-se que a ministração de aulas na habitual
modalidade presencial já não satisfaz e distancia-nos do
futuro e do progresso. O uso intensivo das tecnologias de
informação deve estar a serviço de um sistema de
progressiva eficiência. Devemos ter a mente aberta, e em
circunstâncias de complexidade global como as actuais é
preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar nos
caminhos e buscar novas soluções para os nossos
problemas. É, portanto, inadiável a implementação de um
conjunto de medidas que modernize a gestão académica de
todas UO, orientado pelo princípio da simplificação e da
racionalidade. Precisamos sair da zona de conforto.
Também devem ser melhorados os métodos de gestão e
prestação de contas por parte de cada gestor; para tal será
realizada a 1ª edição do curso de capacitação dos gestores
organizados pelo MESCTI, e por isso encorajamos os
gestores a frequentarem esse curso.
Por outro lado, a nossa Universidade foi umas das cerca de
40 IES beneficiárias de credenciais de acesso às bases de
revistas e informação científica da Elsevier. É necessário
que os gestores de UO incentivem o uso das mesmas por
parte dos docentes e estudantes e não se justifica que
passados mais de três meses se assista a um silêncio total,
quando o governo angolano fez um investimento sério. Se
não sabemos usar, devemos solicitar formação; o que não é
correcto é a apatia que se verifica actualmente. Por isso, nos
próximos dias será realizada uma sessão de treinamento
para docentes e estudantes. As UO devem criar condições
para facilitar o acesso dos estudantes à estas bases de
revistas científicas.
Para terminar, aos estudantes recém-admitidos
(carinhosamente chamados caloiros), nós depositamos
plena confiança no vosso sucesso. Lembrem que as notas
que obtiveram nos exames de admissão são apenas um
indicativo do vosso potencial para frequentarem os cursos
nesta universidade, pois cada um deverá esforçar-se para
ter sucesso académico e no fim tornar-se um excelente
profissional, levando consigo os valores desta universidade.
desejamos-vos uma boa integração; sintam-se membros
desta comunidade e continuadores do desenvolvimento da
nossa instituição. Sejam bem-vindos à Universidade
Agostinho Neto, queridos caloiros!
Termino desejando uma boa saúde a todos os presentes
neste acto e um agradecimento especial a todos que
contribuíram na organização desta actividade.
Muito obrigado